A maternidade não precisa ser tão só
- Helena Kravchychyn

- 26 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 6 de jan.

Se você é mãe, especialmente se tem filhos pequenos ou se tornou mãe há pouco tempo, você pode já ter se sentido muito sozinha nessa função. É fácil compreender esse sentimento quando comumente se considera que mãe sabe tudo e faz tudo pelos filhos e portanto, muitas pessoas que poderiam ser rede de apoio para ela se afastam, fazendo com que fique de fato sozinha. A crença que embasa esse afastamento das pessoas é a de que mãe é um ser mágico, que dá conta de qualquer coisa relativa aos filhos sem precisar de ninguém.
Isso está muito longe de ser verdade, mas é assim que a sociedade costuma retratar a maternidade. Ao invés de fornecer apoio, deposita um peso bem grande nas mães ao esperar que sejam super heroínas o tempo todo. É preciso considerar também que toda mulher que se torna mãe tem uma história anterior à maternidade. Experiências passadas, crenças e valores familiares e traços de personalidade influenciam o modo como cada mãe vivencia este papel. Uma mulher pode, por exemplo, ter uma família muito desestruturada ou individualista e ao se tornar mãe não conseguir o apoio de que precisa. Ainda que peça, a ajuda não vem. Ou então pode já estar lidando há muitos anos com uma depressão e ter a tendência a se isolar diante de situações desafiadoras, o que dificulta que peça ajuda ainda que tenha familiares e amigos mais disponíveis.
São muitas as realidades possíveis para cada mãe, mas em todas elas há vários pontos de intersecção: situações, sentimentos, emoções e comportamentos que são comuns a várias mães. Para a maioria pode ser bem difícil encontrar recursos para lidar com os grandes desafios que vem junto com essa função tão bela de gerar uma vida. Mas então, o que fazer? Que recursos são esses?
Como superar a solidão materna
Cada pessoa encontrará formas de lidar com as dificuldades de ser mãe dentro de suas possibilidades. É assim com tudo na vida, então também o é na maternidade. Podem ser feitas por exemplo mudanças externas que são possíveis: pedir aos familiares e amigos que ofereçam pequenos auxílios com a criança no dia a dia - levar o bebê para passear uma tarde por semana que seja já pode aliviar a carga de uma mãe mais do que possa parecer - tirar um momento do dia para tomar um chazinho, ainda que não possa deixar o filho com alguém, ou até contar com ajuda paga na limpeza da casa, no caso de quem tem essa disponibilidade financeira.

Há também recursos que são internos, mudanças que se dão no modo de funcionar da própria mãe. Disso depende que ela se questione sobre sua realidade e quais as possibilidades que tem para mudar algumas atitudes, de entender de onde vêm seus sentimentos e o que ela precisa fazer para mudar aspectos de sua vida, tornando-a mais leve. Para isso, as amizades entre mães e também a psicoterapia ajudam bastante a potencializar as reflexões acerca de si e de sua realidade, ficando mais fácil promover essas mudanças de perspectiva.
De todo modo, quanto mais uma mãe busca ajuda ou pelo menos procura não estar só o tempo todo, mais fácil se torna enfrentar os desafios já tão grandes desse papel.


